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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Prazeres


Recentemente muitas pessoas têm questionado uma situação que nos remete a esta palavra sensação, verbo transitivo indireto, intransitivo e pronominal, emoção, o prazer. Especificamente o prazer em comer, após uma cirurgia de redução de estômago. Na verdade vejo isto como sendo situações limites, o prazer, a compulsão do comer e a restrição imposta pelo processo cirúrgico.
Controlar o desejo de comer requer autocontrole e grande dose de força de vontade. Não só para os que se submetem a este procedimento, mas também aos glutões de plantão. Quantidades reduzidas continuam proporcionando o prazer em apreciar bons pratos e inúmeras iguarias. Nem todas são bem aceitas pelo novo órgão, mas não deixam de ser desejadas. Mesmo tendo a restrição quantitativa, é latente o prazer em degustar. Na minha situação a compulsão não existia e agora não vejo a menor possibilidade. Claro que às vezes lembramos-nos de situações de voracidade em um churrasco ou uma feijoada, mais imediatamente registramos que podemos perfeitamente nos satisfazer com aquela pequena porção. Trata-se de um exercício mental continuo e de grande representatividade na nossa opção de mudança de hábito. Muito mais saudável. As quantidades podem ser burladas, mas o maior enganado somos nós mesmos, a compulsão pode ser controlada, e o prazer é constante na nossa vida. A matemática aqui é um teorema simples, onde uma fração é maior que o “todo” e o “todo” é o limite.
Cozinhar é bom, dá prazer, e nos ajuda a desenvolver a criatividade laborativa frente ao fogão e consciência da balança.

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