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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

É moda...

É moda,.....
Vestir branco é moda. Com um ou outro detalhe de cor, mas é moda.  Pode ser branco-branco, branco quarado com azul de anil, branco gelo, branco neve, mas é Moda. Nome bordado no peito, letra trabalhada e se dava o nome. Devo chamar de doutor? Doutora? E o branco é moda. Mas pode ser outra atividade também.
Basta estar de branco.  Vamos à linha do tempo e ali esta, o homem de branco, Doutor sim, de família ou não é ele que cura, medica, salvava ou não, não esta em suas mãos ser o Deus nos acuda. Mas esta sempre de branco.
Mas e o outro? Que outro? O outro homem de branco, e que também usa sapatos brancos! Não é doutor, esta sempre junto e também de branco. Este já não é tão importante, não é? Engano, importante também sempre a postos o enfermeiro (a) noite e dia cuidando, vindo e indo, levando e trazendo. E de branco.
E o Doutor e o Enfermeiro de branco também têm mais um a ajudar de branco. Este coitado carrega, sua, sobe e desce de branco às vezes sujo, mas ali esta de branco. Dele depende salvar a tempo ou não. Fazer seu trabalho sob-barulho alarmante, ziguezagueando sempre para chegar a tempo, antes que o tempo se acabe.  O motorista também de branco se veste e mão é doutor e nem enfermeiro.  E o branco ainda é moda mesmo na ambulância.
É branco, e nem tudo é totalmente branco, o sangue maculou sua roupa e nem doutor ele é, mas uma verdadeira cirurgia ele faz. Corte perfeito, mãos firmes e conhecimento preciso de músculos, ossos e todos os demais órgãos. É branco, muito branco, mas o sangue sujou. Nem doutor, nem enfermeiro, nem motorista, é ele o mestre dos cortes, o açougueiro. De branco, nem sempre todo branco, mas é branco.
Girando, girando de branco, girando, girando. A diferença é que o sapato não é branco, nem sapato verdadeiro usa ou tem. E gira mais uma vez e mais uma vez gira. Calça branca, ou saia branca, vestido branco, muita renda branca, branca é a rosa que nas mãos são levadas e depositadas no colo branco. Nem doutor, nem enfermeiro, nem motorista, nem açougueiro é. Mais também da saúde e da alma cuida-se. É de branco, que, pai e mãe de seus filhos cuidam em terreiro e sob o perfume das dosas brancas é branco, de muito branco que os pensamentos vão e vem também aos da mesa branca.
É branca, madrugada ainda é alta e de branco vai, rasgando e virando, mexendo e moldando, esquenta o coração. Cuidam de alimentar a alma desde tempos em que eram brancas as folhas dos livros que a história foi sendo vivida e alguém resolveu escrever sobre o branco. E mais uma vez nem doutor, nem enfermeiro, nem motorista, nem açougueiro, nem filhos de santo que também pai e mãe são os dois a girar, e só giram nas histórias dos tempos servindo pão, pois padeiros são e sete mil anos de história tem.
E um após o outro, de branco, impecável branco, paramenta-se de branco, De baixo ao alto e do topo de tua cabeça, como manto se reveste de paixão e amor pelo fazer, pelo servir, pelo saciar. É de branco que se posta, em qualquer posto de trabalho, trata tudo e todos com respeito e devoção.
Nem é doutor, mas prepara o que alimenta e transforma em saúde, nem é enfermeiro, mas cuida dos horários certos de servir o alimento que remédio ou não, mais prazer vai gerar. Não é motorista, mas alimenta o corpo do trabalhador que carrega que sobe e desce que salva se chegar a tempo, sem preocupar-se com seu prato se frio ou quente vai estar o importante é chegar.
Por vezes também se suja com o sangue e não faz disto o dia a dia, pede, cuida, prepara e serve comensais reis ou não. Não é santo, nem filho ou filha de algum, gira, sim, gira na sua praça, no seu salão, na sua casa, no seu mundo de prazeres. Entre toalhas quase sempre brancas. Pétalas brancas usa sim em suas artes, branca também é a magia do pó que faz o pão; é branco e alimenta a alma e também transforma em tantas outras formas de amar os alimentos. E de branco, seu toque branco, seu avental branco, nem doutor, nem enfermeiro, nem motorista, nem açougueiro, nem pai e mãe de terreiro algum, nem padeiro de ofício constante o é. É cozinheiro, é maestro em sua orquestra, regente absoluto de fraque branco, batuta estilizada, que gera sons inigualáveis em seus instrumentos. Afia os acordes de suas facas com a suavidade de uma harpa. E de branco respeita os que também de branco se vestem no exercício de seus dons e de seus ofícios. Não invade e nem se passa por tal, é de branco que a clareza e o respeito se fazem presentes perante os outros. Nem doutor, nem enfermeiro, nem motorista, nem açougueiro, nem pai e mãe de terreiro, nem padeiro, mas simplesmente cozinheiro.

“Em respeito aos profissionais que usam o branco em seus uniformes ou roupas de trabalho com dignidade e em discordância dos que usam o uniforme de cozinheiro sem o ser”.
p/ Carlos Baldo.

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