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1ª Associação de Chefs do Litoral do Paraná

Recebemos o títulos de Master Chef.

Mignon de coelho

Rolinho de mignon de coelho em laminas de pata negra com portobelo grelhado e aspargos verdes sobre veludo de batatas e gema cozida em baixa temperatura.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Experiências sensoriais em outras terras.


Experimentar, degustar, sentir, cheirar, ver, é o que fazemos em novos espaços, novas feiras e mercados. Para nós que trabalhamos com alimentos nada mais excitante que esta sensação de novidade de novos sabores, odores, texturas . Sejam frutas, temperos, peixes tudo nos embriaga de puro sentimento de descoberta e emoção.

Vivemos de experimentações, de testes e de combinações. Idealizações e criação de novos pratos para encantar quem à mesa se sentar.

Frutos, sejam da terra ou do mar, cada qual tem seu lugar e mesmo os dois juntos criam uma sinfonia. Seja de comer ou de beber. Nada tira da gente o prazer do sentir o sabor e os aromas. Do caju azedo na peixada ou na caipirosca. Fruta que da sabor e compõe a obra.

Dos hábitos do comer a tal da farinha d'água com tudo que há, no pirão de peixe ou no pirão de uma bela e gorda galinha caipira. É coisa de raíz, coisa de tradição, coisa de casa de farinha.

Do perfume do cheiro verde que pra eles é o verde do coentro, peixada sem isto não é a mesma coisa. E daí em tudo que de "cumê"  sem coentro não haverá sabor. Não dá pra se pensar em caldo de peixe sem a cabeça do que das águas profundas se foi buscar, sirigado é teu nome, de cabeça grande pra mais de dez quilos, carne igual não há.

E para adoçar a boca ou de remédio de lambedor, do caju também tem seu mel. Forte, encorpado, chamado até de afrodizíaco. De cor ambar escuro, sabor marcante, cada qual em seu quintal um pé há de ter, fruta que dá precoce também, e de doce "medonho" (gíria local para designar algo grandioso, de expressão). E a nossa ganância do comprar tantos e diferentes sabores, pensamos só na hora da volta, a hora de "acochar" ( apertar tudo para acomodar ou ajustar).

Na pesca e na hora de escolher, temos a luta pela preservação também, a fartura dá lugar ao defeso e há de se preservar e respeitar. Melhor se conter e poder continuar a saborear o Pargo, o Ariacó, o Dentão, a Cioba, a Cavala, o Serra, o Cumurupim, o Agulhinha, a Tainha, a Guaiaúba, a Pescada Amarela, a Pescada Branca, o Badejo, o Robalo Flexa, o Atum, os Caranguejos, o Bejupirá, o Galo, o Xaréu e sem falar nas Lagostas e Camarões e Arraias.

Das carnes, o carneiro, ou bode, ou cordeiro, tudo se confunde aos olhos de qualquer um que não é familiar ao assunto. A mão de vaca ou o requintato ossobuco, é carne simples e de baixo custo no local. Bucho de bode também há. Os cortes de bife, e os cortes diferentes que a região se acostumou como a bananinha (Carne originada da costela, entre os ossos, e por isso muito saborosa. Ideal para churrascos)

 Galinhas também se encontra com fartura as de granja, as caipiras há que se procurar mais e os custos são mais elevados. Curioso é que da balinha não se come "no lugar" ( na cidade de cada um e em geral em todo o Ceará) a cabeça mas se come o "sobre cú" (ou seja a cloaca). Coisas que não se entende mas acontece acho que em todo o nordeste (http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2016/01/cabeca-de-frango-e-achada-em-sopa-servida-no-restaurante-da-ufpi.html).

Verduras, o básico se encontra, legumes nem tanto, por encomenda pode-se até conseguir uma mandioquinha (cenoura branca ou batata baroa). Necessário deslocamentos de quilômetros  para se ter uma boa variedade e melhor qualidade.

E nas frutas, a terra mesmo que aparente seca, nos dá excelentes melancias, melões, maracujá, cajus, até kiwi. Mangas e Goiabas, Acerolas e Muricí, Cajá, Umbu, Graviola e Abacaxi e Mamão.

Em fim, melhor passeio que pelos mercados não há para quem é da área.  Cultura local que se aprende com prazer.